STF decide manter prisão dos suspeitos do assassinato de Marielle Franco

Ministros do STF seguem voto do relator e destacam indícios de materialidade e autoria do crime

Por Da redação | www.portalalagoasnt.com.br 25/03/2024 - 14:44 hs
Foto: Antonio Cruz/Divulgação


A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por unanimidade, nesta segunda-feira (25), manter a prisão dos três suspeitos de planejarem e ordenarem o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ocorrido em 2018.

 

 

Os ministros Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Luiz Fux seguiram o voto do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, que determinou a prisão preventiva dos três suspeitos no domingo (24).

 

A ordem de prisão foi analisada virtualmente, durante uma sessão de julgamentos de 24 horas que teve início nas primeiras horas desta segunda-feira (25).

 

Na decisão, Moraes destacou a existência de "fortes indícios de materialidade e autoria" no planejamento do assassinato pelos três presos, bem como manobras para encobrir a autoria do crime e atrapalhar as investigações.

 

Além do relator, o ministro Dino foi o único a apresentar um voto por escrito, no qual ressaltou que as prisões preventivas são justificadas diante de um "ecossistema criminoso" que teria sido montado dentro do Poder Público para ocultar a autoria do crime.

 

 

Os ministros seguiram o parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), que argumentou que se os três suspeitos "permanecerem em liberdade, continuarão a obstruir os trabalhos da Polícia Judiciária, valendo-se do poder econômico que possuem e de contatos com redes ilícitas existentes no Município do Rio de Janeiro".

 

Os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, juntamente com o delegado da Polícia Civil Rivaldo Barbosa, foram detidos no domingo (24) durante a Operação Murder Inc e levados pela Polícia Federal para Brasília. Chiquinho Brazão, que é deputado federal, terá sua prisão apreciada pelo plenário da Câmara dos Deputados, conforme previsto na Constituição Federal. A data da sessão ainda não foi anunciada, mas deve ocorrer nos próximos dias.

 

A principal motivação do assassinato de Marielle e Anderson, conforme revelado no relatório de investigação da PF, está relacionada à disputa pela regularização de territórios no Rio de Janeiro. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou em coletiva de imprensa que as investigações levaram à identificação dos mandantes, executores e intermediários dos crimes.

 

A defesa dos suspeitos tem negado qualquer envolvimento com Marielle ou participação no assassinato. O advogado de Domingos Brazão afirmou, ao sair da Superintendência da PF no Rio de Janeiro, que seu cliente é inocente e não tem relação com o caso. A Agência Brasil aguarda retorno da defesa de Rivaldo Barbosa, e a defesa de Chiquinho Brazão ainda não respondeu aos pedidos de comentário. O deputado Chiquinho Brazão divulgou uma nota anteriormente, afirmando surpresa com as especulações e destacando seu convívio amistoso e cordial com Marielle.